O livro de levítico e a relação com o próximo
O
capitulo 6 do livro de levítico mesmo tratando ainda sobre oferta
pela culpa e os sacrifícios de animais, algo que como já vimos no
artigo anterior não é mais necessário, ele inicia nos dado a clara
ideia de que Deus se preocupa com o nosso relacionamento com as
outras pessoas, afinal representamos Deus para o mundo, então é
natural que Deus se importe com a forma como agimos com nossos
semelhantes. Se as pessoas não podem confiar em nós sobre coisas
materiais e comportamentais; como eles poderão confiar quando lhes
dissermos sobre Deus? Apesar de
aparentemente todas estas questões se relacionarem com os nossos
semelhantes, a transgressão é na realidade contra Deus, Ele é o
fator motivacional para fazermos o que é correto na vida, tendo um
relacionamento honesto com as pessoas que vivem ao nosso redor.
Nossa
espiritualidade (sopro da vida) implantada por Deus nos leva a
entender esta situação, e isto é verdade também para o ateu ou
agnóstico. O ateu ou agnóstico sente-se culpado por um erro assim
como o religioso ou cristão verdadeiro. Mesmo que eles ou qualquer
outra pessoa não reconheça isso, foi Deus que os criou com esse
sentimento de culpa. Logo a harmonia entre as pessoas envolve Deus.
Mas independentemente de uma pessoa acreditar ou não em Deus, bom
seria que todos nós vivêssemos em harmonia com nossos semelhantes,
algo que infelizmente sabemos que muitas vezes não ocorre; Já
para nós cristãos é nossa responsabilidade para com Deus antes de
tudo, queremos resolver qualquer situação com os nossos
semelhantes, e mais do que isto: È nossa responsabilidade evitar o
atrito. Temos que ter uma relação amorosa e pacífica
com todos para assim agradar a Deus. "...Segui
a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o
Senhor;..." (Hebreus 12:14). A atitude do cristão deve
ser harmoniosa mesmo que seja ele o prejudicado, "...Vede
que ninguém dê a outrem mal por mal, mas segui sempre o bem, tanto
uns para com os outros, como para com todos..." (1
Tessalonicenses 5:15). "...Na verdade é
já realmente uma falta entre vós, terdes demandas uns contra os
outros. Por
que não sofreis antes a injustiça?
Por
que não sofreis antes o dano?..."
(1 Coríntios 6:7).
As leis
humanas fazem diferenças com as punições, mas para Deus fazer mal
para um semelhante é uma violação das leis divina, e a punição é
exclusão do reino de Deus; quer seja uma mentira ou um assassinato.
(Apocalipse 22:15). Fraudes e corrupções são geralmente
acompanhadas com mentiras, e falsos juramentos. Se o infrator escapar
da justiça dos homens com toda certeza não escapara do juízo e
vingança de Deus, a não ser que a tempo busque o perdão pela fé
em Jesus Cristo que é nossa oferta de culpa e tira o pecado do
mundo. As ofensas citados na lei de Moisés, ainda são ofensas
contra Deus, só a forma de perdão e expiação é que foi
modificada. Mas os sacrifícios e holocaustos do cristão, que é o
exercício de nossa fé, amor, oração e louvor, deve ser continuo e
também nunca se apagar.
A relação das oferta pela culpa
Nos atos
de adoração religiosa e os diversas tipos de ofertas,
diferentemente de nos cristãos não eram coisas que o povo escolhia
por seu próprio prazer, mas era uma obrigação; nos no entanto
podemos decidir por nossa conta e risco, mas é claro e evidente que
cumprimento das leis de Cristo não pode ser menor do que era nas
leis de Moisés, mas cada um é livre para aceitar ou não
cumpri-las. Jesus diz: "...eis que estou à
porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei
e cearei com ele, e ele comigo..." (Apocalipse 3:20).
O foco
destas ofertas é lidar com os pecados muitos deles não
intencionais, mas à algumas questões que deveríamos ter sempre em
mente: A primeira questão é que a ignorância das leis de Deus não
é desculpa para o pecado. Quando tomamos consciência de um pecado
em nossa vida, devemos imediatamente lidar com isso. A vida cristã é
um processo de maturação, nós como adultos espirituais devemos
olhar para trás reconhecendo os erros e acertos aprendendo também
com isto; "...Quando eu era menino, falava
como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que
cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino..."
(1 Coríntios 13:11). Temos que lidar com o nosso passado; isso pode
ser um exemplo de pecados não intencionais, ou mau comportamento do
nosso passado que continua se manifestando. Temos que trazer esse
pecado "altar de Deus" e queimá-lo.
Outra
questão importante é que não há limitações para pecados não
intencionais, assim como não há limite para o perdão. Deus
trabalha em nossa vida no seu ritmo, não no nosso ritmo. Todos esses
pecados são perdoáveis. Para os israelitas, alguns pecados têm uma
pena maior do que os outros. O mesmo se aplica à nossa sociedade.
Algumas leis têm uma pena mais dura do que outros. Mas quando se
trata da salvação eterna, o único pecado imperdoável é negar a
provisão de Deus para o pecado. Portanto, o foco desta lição não
é sobre a salvação eterna, mas sobre o relacionamento do dia a dia
com Deus e com nossos semelhantes. Deus nos considera responsáveis
por todos os nossos pecados, mesmo os pecados não intencionais. Mas
o mesmo Deus provê uma maneira de auxiliar o nosso relacionamento
com Ele e aliviar toda e qualquer culpa por cometermos esses pecados.
Nós, como cristãos, não temos que matar um bode, uma ovelha, ou
qualquer outro animal para ter paz com Deus. O que temos que fazer é
perceber que Deus também leva a sério os pecados não intencionais,
e estes também devem ser evitados e confessados quando cometidos.
Devemos também aceitar o perdão uma vez confessado os pecados,
porque muitas vezes a parte mais difícil é aprender a perdoar a nós
mesmos. "...Se confessarmos os nossos
pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos
purificar de toda a injustiça..." (1 João 1:9). Em
certo sentido, somos muito duros para nós mesmos carregando a culpa
por anos, porque achamos que deveríamos fazer melhor, mas se Deus é
grande o suficiente para nos perdoar, então nós temos que aceitar o
perdão e deixar de lado a culpa. É claro que se for necessário,
precisamos fazer a restituição com os outros ao nosso redor.
Pecados contra outras pessoas exigem penas e muitas vezes reparação,
a ideia é que quando pecamos contra nosso próximo temos que fazer
as pazes com eles, como já vimos anteriormente Deus se preocupa com
sua reputação e nós somos testemunhas para os outros ao nosso
redor.
A consagração de Arão e seus filhos
Deus
escolheu Arão irmão de Moisés e seus filhos para ser o primeiro
sumo sacerdote, o filho mais velho de Arão seria o próximo sumo
sacerdote, e assim por diante. Os levitas que não eram descendentes
diretos de Arão ainda assim foram também escolhidos para ser
sacerdotes, mas eles tinham deveres menos significativo que Arão e
seus filhos, e estavam encarregados de ajudar as pessoas com os seus
sacrifícios. Arão e seus filhos foram lavados com água, para
significar que eles deveriam purificar-se de todas as disposições
pecaminosas, e sempre manter-se separados. Mas o ponto principal aqui
é que os levitas foram "escolhidos" por Deus. Eles foram
escolhidos para serem sacerdotes gostassem ou não, e o mesmo se
aplica a Arão e seus filhos. Eles simplesmente foram "escolhidos"
e "chamados" a opinião deles não importou na escolha.
No Novo
Testamento, Cristo lavou os nossos pecados em seu próprio sangue,
tornando-nos reis e sacerdotes para o nosso Deus, (Re 1:5,6). A unção
de Arão foi para tipificar a unção de Cristo com o Espírito, o
qual não foi dada por medida para ele. Todos os crentes têm
recebido esta unção, todos os cristãos são chamados a ser
sacerdotes. Todos os cristãos são "escolhidos" e
"chamado" por Deus. Um dos maiores mal-entendidos entre os
cristãos é pensar que apenas algumas pessoas são chamadas para o
ministério de tempo integral. Se você tem dedicado a sua vida a
servir a Jesus, você está no ministério de tempo integral. Um
compromisso com Jesus é um comprometimento da própria vida. Isso
significa que a cada momento da vida é um compromisso com Jesus.
"...Mas
vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o
povo todo seu para que proclameis as grandezas daquele que vos chamou
das trevas para a sua maravilhosa luz, vós que em outro tempo éreis
não povo, mas agora sois povo de Deus, vós que não havíeis
alcançado misericórdia, mas agora a tendes alcançado..."
(1ª Pedro 2:9-10). Uma das chaves para a leitura do livro de
Levítico é que existem aplicações para todos os cristãos em
nossos papéis como sacerdotes. A palavra "sacerdote", e
sinônimo de "ministro", é para isto que Deus chama todos
nós para ajudar e apoiar os outros sedo eles cristãos ou não.
As primeiras ofertas de Arão por si e pelas pessoas
Em
primeiro lugar Arão tinha que fazer um sacrifício pelo seu próprio
pecado, isto não queria dizer ele cometeu algum pecado especial nos
últimos dias que precisa de um perdão especial. A ideia que Deus
nos passa neste fato é que, mesmo perdoados, ainda somos pessoas
imperfeitas e precisamos ser lembrados disso regularmente. Para
podemos ajudar os outros, precisamos primeiro fazer um inventário
pessoal. Não se trata de ser perfeito, mas ser perfeitamente
perdoado. De todas as coisas que podemos fazer na vida, eu não
consigo pensar em nada mais gratificante do que ajudar alguém a se
aproximar de Deus. Esse é o propósito básico de um sacerdote,
auxiliar em favor do outro.
Estes
muitos sacrifícios, foram todos feitos como apontando a morte de
Cristo, ensina-nos que devemos ser lavados em seu sangue. Sejamos
gratos que temos um sumo sacerdote tal como Cristo. Quando a
solenidade foi finalizada, e a bênção foi pronunciada por Arão,
Deus testificou sua aceitação e saiu fogo de diante do Senhor, e
consumiu o sacrifício. Este fogo poderia justamente ter caído sobre
o povo, e ter consumido-os por seus pecados, mas o sacrifício
significava expiação pelo pecador. Isso também foi uma figura de
coisas boas que virão. O Espírito Santo desceu sobre os apóstolos
no fogo, e a descida deste fogo sagrado acendeu neles afetos piedosos
e devotos para com Deus, e um zelo santo queimado as paixões da
carne. Temos que ter a graça, e o fogo sagrado de Deus em nossa
vida, caso contrario não podemos servi-lo aceitavelmente, (Hb
12:28).
"...Rogo
vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos
corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o
vosso culto racional. E não vos conformeis a este mundo, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de
Deus..." (Romanos 12:1-2).
Leia também: <Deletando o Passado>