Os Sacrifício de animais - Livro de Levíticos
E
importante ressaltar que o livro de Levítico por tratar logo no seu
inicio sobre os sacrifícios de animais e sobre o culto e
ritos do povo judeu, muitos cristãos tende a não dar a devida
importância a leitura deste livro, mas devemos nos lembrar que este
livro não narra somente a historia de um povo, mas a historia de um
povo e uma nação escolhida por Deus para o cumprimento de suas
promessas para com a humanidade, ou seja; Jesus o Messias. Logo
sabendo que o livro de Levítico aponta-nos para Jesus Cristo,
deduzimos que sua leitura e estudo também diz respeito a nos
cristãos. Ao estudarmos Levítico, vamos entender muitos dos
aspectos dos sacrifícios em referencia a vinda do Messias.
Os judeus
foram instruídos a ofertar animais para sacrifício por seus
pecados. Os cristãos não necessita mais de sacrifícios de
animais como expiação da culpa e do pecado. Em vez disso, Jesus é
o sacrifício perpetuo quando se entregou na cruz do calvário para
expiação de nossos pecados.
Apresentação das ofertas e holocaustos - Levíticos
Primeiramente
devemos entender que as ofertas e o holocausto não se originou em
Levítico, mas seu início encontra-se já no livro de Gênesis, a
primeira citação sobre uma oferta a Deus é relatada no caso de
Caim e Abel que diz: "...E aconteceu ao
cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor.
E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua
gordura; e atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta..."
(Gênesis 4:3,4). Isto já nos leva a crer que Abel sacrificou a
ovelha agradando mais a Deus por fazer referencia ao sacrifício de
Cristo. Mas o primeiro "holocausto" literalmente mencionado
esta em (Gênesis 8:20) oferecido por Noé quando deixou a arca. Isto
já nos faz entender por que Moisés disse a Faraó que o povo
deveria tomar o seu gado e irem ao deserto para adorar a Deus, era
porque eles precisava deles para oferecer holocaustos (Êxodo.
10:25-26), este já era um costume dos patriarcas antes de Moisés; o
livro de levítico somente regulamenta uma pratica que devido a
escravidão do povo no Egito perdeu-se ou foi corrompida pelas
praticas pagãs do egípcios.
"...E
chamou o SENHOR a Moisés, e falou com ele da tenda da congregação,
dizendo: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando algum de vós
oferecer oferta ao Senhor, oferecerá a sua oferta de gado, isto é,
de gado vacum e de ovelha. Se a sua oferta for holocausto de gado,
oferecerá macho sem defeito; à porta da tenda da congregação a
oferecerá, de sua própria vontade, perante o Senhor..."
(Levítico 1:1-3). O propósito do holocausto era fazer
expiação pelo pecado do ofertante e assim, ganhar a aceitação de
Deus. O ofertante colocava as mãos sobre o animal, identificando-se
com ele, assim o animal era sacrificado pelos pecados do ofertante,
servindo para lembrá-lo de sua depravação. Dessa forma o
holocausto forneceu uma solução temporária mas divina para a
condição do homem caído.
Os sacrifícios no Antigo Testamento
O
sacrifício que Noé ofereceu foi a base para a promessa da aliança
de Deus com a humanidade, que Ele nunca mais iria destruir todos os
seres vivos por um dilúvio: "...E o
Senhor sentiu o suave cheiro, e o Senhor disse em seu coração: Não
tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a
imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice, nem
tornarei mais a ferir todo o vivente, como fiz..."
(Gênesis 8:21). Esta promessa não foi que com o diluvio todo pecado
tinha desaparecido da superfície da face da terra. A depravação do
homem ainda está presente, a base para a promessa da aliança de
Deus é o resultado do holocausto oferecido por Noé. Assim, os
israelitas viram que o holocausto era um meio de evitar a ira e de
obter o favor de Deus. A bênção de Deus foi o resultado de um
holocausto, não de boas ações do homem.
O
significado de tudo isso tornou-se bem claro para os santos do Novo
Testamento, quando reconheceram em Jesus Cristo, o sacrifício
perfeito o verdadeiro cordeiro que tira o pecado do mundo; mas este
conhecimento era obscuro para os antigos israelitas, que somente
sabia que Deus estava trabalhando em algo ainda misterioso e
desconhecido. Até o momento em que esse propósito foi dado a
conhecer, os israelitas aplacavam a ira de Deus, oferecendo
holocaustos, afim de receberem as bênçãos de Deus.
Os sacrifícios no Novo Testamento
Independentemente
dos israelitas entender ou não o simbolismo do holocausto e sua
realização em Jesus Cristo, como o próprio João Batista indicou
com as palavras: "...Eis o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo..." (João 1:29).
Devemos concordar com o livro de Hebreus que diz que Cristo veio como
o Cordeiro de Deus e morreu "uma vez por todas", não há
mais necessidade de sacrifícios diários ou anuais, "...Assim
também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de
muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para
salvação..." (Hebreus 9:28).
Com
base na cruz podemos dizer que sacrifícios e holocausto não são
mais necessários na vida do cristão, uma vez que o sacrifício
perpetuo foi realizada em Cristo. Sem duvida nenhuma
tratando-se de sacrifícios de animais esta conclusão esta
absolutamente correta. Mas a um outro sentido em que a importância e
a aplicação do sacrifício deve ser mantida para os cristãos
ainda hoje. "...Com que me apresentarei
diante do Senhor, e me prostrarei perante o Deus excelso?
Apresentar-me-ei diante dele com holocausto, com bezerros de um ano?
Agradar-se-á o Senhor de milhares de carneiros, ou de miríades de
ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão,
o fruto das minhas entranhas pelo pecado da minha alma? Ele te
declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor requer de
ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benevolência, e andes
humildemente com o teu Deus?..." (Miquéias 6:6-8).
O serviço
do cristão, no corpo de Cristo (igreja) e na comunidade, é
comparado na Bíblia a um sacrifício: "...Por
ele, pois, ofereçamos sempre a Deus sacrifício de louvor, isto é,
o fruto dos lábios que confessam o seu nome. Mas não vos esqueçais
de fazer o bem e de repartir com outros, porque com tais sacrifícios
Deus se agrada...." (Hebreus 13:15-16;. cf Fil 4:18). Uma
vez que o sacrifício pelo perdão e expiação de nossos pecados foi
realizado completamente por Cristo, não temos mais a necessidade de
trazer cordeiros ao altar do holocausto. Mas temos a obrigação do
sacrifício de louvor e boas obras a Deus por sua graça declarando
nosso amor guardando seus mandamentos. "...Deixando,
pois, toda a malícia, todo o engano, e fingimentos, e invejas, e
toda a maledicência, desejai, como meninos recém-nascidos, o leite
racional, sem dolo, para que por ele cresçais para a salvação, se
é que já provastes que o Senhor é benigno. e, chegando-vos para
ele, pedra viva, rejeitada, na verdade, pelos homens, mas, para com
Deus eleita e preciosa, sois vós também quais pedras vivas,
edificados como casa espiritual para serdes um sacerdócio santo, a
fim de oferecerdes sacrifícios espirituais,
aceitáveis a Deus por Jesus Cristo..." (1 Pedro 2:1-5).
No
princípio da identificação na realização do sacrifício no
antigo testamento, a pessoa que estava se beneficiando do holocausto
tinha que se identificar com o animal oferecido. Em primeiro lugar, o
animal tinha que ser obtido por um preço. Em seguida, o ofertante
colocava a mão sobre a vítima, simbolicamente identificando-se com
a vítima, que morreria em seu lugar. Semelhantemente, nós também
devemos nos identificar com o cordeiro de Deus o Senhor Jesus Cristo
em Sua morte, sepultamento e ressurreição. O batismo é um rito que
Deus estabeleceu aos cristãos, através do qual nos identifica
pessoalmente com a obra de Cristo. Batismo em si mesmo não pode
salvar os homens, mas simbolizada a nossa morte para este mundo e uma
confissão publica de nossa fé em Jesus Cristo. "...De
sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que,
como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai,
assim andemos nós também em novidade de vida..."
(Romanos 6:4).
Os
discípulos são aqueles que desistem de tudo para seguir a Cristo,
entregando-se a Deus, como sacrifício vivo, santo e agradável (Rom
12:1-2), fazendo isto totalmente, sem reservas, através da fé na
pessoa de Jesus Cristo, que veio à terra e morreu em nosso lugar. E
nenhuma outra maneira é agradável a Deus. Em nenhuma outra forma,
poderemos ser considerado aceitáveis diante Dele.
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