O poder da calunia e o falso juízo - Êxodo 23
Fazer ou
espalhar boatos, fofocas, calúnias e falsos testemunho, é
estritamente proibido por Deus. A fofoca é destrutiva e causa
enormes problemas; tendo prejudicando inúmeras pessoas e famílias
em todo o decorrer da historia humana. Mesmo que não seja você que
iniciou uma mentira, ou uma fofoca sobre alguém ou alguma coisa, mas
assim mesmo você venha passá-la adiante com conhecimento de causa,
você se torna então responsável e participante dela, portanto a
atitude mais sábia a ser tomada por um cristão é não propagar os
rumores e conversas que ouve. Isto significa que não se devemos
seguir a mídia ou as massas, mas sim se pergunta a si próprio; será
que esta afirmação tem algum mérito e fundamento?
O
corporativismo na maioria das vezes é tendencioso e julga com base
em interesses financeiros, fazendo do sistema de justiça algo
desacreditado por muitos. A justiça é muitas vezes deturpada em
favor dos ricos. Mas aqui as pessoas estão sendo advertidas contra
torcer a justiça em favor dos pobres; ou seja a justiça deve ser
imparcial, tratando ricos e pobres de forma correta, não favorecendo
nem um nem outro. Como já foi dito: Você não deve seguir as massas
em fazer o mal. As massas referem-se aos grupos de pessoas
interessada no assunto. Podendo ser uma família, uma classe, uma
tribo, uma aldeia, uma nação ou o mundo inteiro. Não importa
quantas pessoas estão fazendo uma mesma coisa, se é mal, e
contrario a palavra de Deus, não devemos apoiar e participar. Na
Bíblia temos alguns exemplos de pessoas que depois de um falso
testemunho, uma fofoca ou interesse financeiro se juntaram as massas
contrariando a vontade de Deus, casos como a adorarão do bezerro de
ouro depois da suposição de que Moisés poderia ter morrido "...Mas
o povo, vendo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de
Arão, e lhe disse: Levanta-te, faze-nos um deus que vá adiante de
nós; porque, quanto a esse Moisés, o homem que nos tirou da terra
do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu..." (Êxodo
32:1), ou a multidão gritado alegremente quando Jesus entrou em
Jerusalém e logo depois gritando por Sua morte, Saul seguindo o
desejo do povo para manter os despojos dos amalequitas, Pedro cedendo
aos judeus para comer com eles e não com os gentios (Gálatas
2:11-13). Mas também sem sombra de duvida temos muito mais exemplos
de pessoas que se recusaram seguir as massas ou a maioria para
manter-se íntegros perante Deus, casos como o de Daniel e seus
amigos, Calebe e Josué, Noé (onde literalmente todo o resto do
mundo estava praticando o mal), Nicodemos, os levitas, depois do
incidente do bezerro de ouro, Davi enquanto todo o resto dos
israelitas estavam com muito medo de lutar contra Golias, etc.
O Pacto de obediência e o sacrifício - Êxodo 24
A
realização de pactos e cerimonias no Antigo Testamento não deve
ser nenhuma surpresa para nós. Somente no livro do Gênesis
encontramos uma quantidade considerável sobre este assunto. O
primeiro pacto narrado é o que Deus fez com Noé, prometendo nunca
mais acabar com toda a terra por um dilúvio (Gênesis 8:20-22;
9:09). O sinal dessa aliança foi o arco-íris (Gênesis 9:12-17). O
próximo pacto que vemos é o que Deus fez com Abraão (Gênesis
15:8-21), sobre as promessas de uma terra, uma semente, uma bênção.
O sinal desta aliança, foi a circuncisão. Temos também o pacto de
Isaac com Abimeleque (Gênesis 26:26-31), concordando em viver em
paz. Finalmente, vemos também o pacto de Jacó com Labão (Gênesis
31:43-45), concordando em não fazer mal um ao outro.
Este tipo
de pacto e aliança tem muitas semelhanças com o que Deus fez com
Israel, como podemos ver nestes acordos e pactos conforme ilustrado
no livro de Gênesis, bem como de fontes seculares, tinha vários
elementos comuns. Havia geralmente uma promessa ou compromisso a ser
seguido, na maioria das vezes era feito um sacrifício, seguido de
uma refeição. Em alguns casos também era feito um memorial, uma
espécie de monumento físico do juramento, que servia de recordação
para ambas as partes, como um lembrete deste compromisso. Havia
também uma maldição ligada a quem quebrasse o pacto estabelecido;
ou seja havia sempre um sentimento de solenidade na elaboração de
um pacto, pois era um passo sério de compromisso assumido por um
homem ou uma nação inteira.
Por isto
a maioria destes elementos são encontrados na ratificação do pacto
da aliança no Monte Sinai, Moisés deu início a adoração a Deus
através de um pacto entre Deus e o povo. Essas rochas ao lado do
altar parecia ser um testemunho de unidade das doze tribo em
concordar com o pacto para adorar a Deus. Cada tribo e família foi
representada em uma decisão geral e pactuada. O sangue desses
sacrifícios era uma prova da importância deste evento, e um
lembrete de que as pessoas não eram auto suficientes para chegar a
Deus com base em seus próprios méritos. E como um simbolismo
apontando para o cordeiro de Deus Jesus Cristo; neste caso Deus
permitiu que um animal morresse em lugar de um pecador e o sangue
derramado do animal era a prova de que uma vida tinha sido dada por
outra, o sangue representava duas coisas: a morte de um inocente, e a
vida que foi poupada como um resultado disso. Este ritual do Antigo
Testamento era apenas temporária representando a morte de Jesus
Cristo (Hebreus 9:09-10:18), na cerimônia descrita aqui, Moisés
aspergiu sangue sobre o altar e sobre as pessoas para mostrar que a
pena para o seu pecado havia sido pago e eles poderiam se aproximar
de Deus sem serem mortos. Através deste ato Deus reafirmou suas
promessas com Israel, esta cerimônia nos ajuda a entender melhor a
morte sacrificial de Jesus Cristo. Jesus foi o sacrifício final de
Deus para o pecado, e ele morreu por mim e por você. "...Tendo
pois, irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo
sangue
de Jesus, pelo caminho que ele
nos inaugurou, caminho novo e vivo, através do véu, isto é, da sua
carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos
com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração
purificado da má consciência, e o corpo lavado com água limpa,
retenhamos inabalável a confissão da nossa esperança, porque fiel
é aquele que fez a promessa; e consideremo-nos uns aos outros, para
nos estimularmos ao amor e às boas obras..." (Hebreus
10:19-24).
O tabernáculo espiritual e a Morada de Deus - Êxodo 25
Este
capítulo de Êxodo pode parecer muito tedioso para os leitores,
especialmente após aqueles emocionantes acontecimentos das pragas,
do Mar Vermelho, e dos Dez Mandamentos. Neste capítulo temos as
diretrizes de Deus para a construção e realização cerimonial do
Tabernáculo, mostrando-nos toda a simbologia e seu propósito. O
Tabernáculo servia como um tipo de habitação de Deus na terra,
preparado para receber a presença de Deus entre seu povo. Já que um
templo ainda não poderia ser construído porque os israelitas
estavam em peregrinação; o tabernáculo que era o precursor do
templo de Salomão, foi construído de uma forma que poderia ser
facilmente levantado e desmontado rapidamente facilitando assim o seu
transporte.
O Santo
dos Santos no tabernáculo era o lugar físico onde Deus, por vezes,
desceu a sua glória Shekinah (Levítico 16:02). Esta presença
física da glória de Deus, no tabernáculo era uma lembrança a
todas do favor de Deus e da sua graça, assim como de sua aliança.
Foi um lembrete de que Deus os havia escolhido para ser o Seu povo
especial, Sua nação santa. Foi um lembrete de que Deus cumpriria a
Sua aliança com eles, preservando-os e protegendo de acordo com
todas as promessas que tinha feito a Abraão. Foi também um lembrete
para o povo em manter o sua parte no pacto estabelecido através da
obediência aos mandamentos de Deus.
O
tabernáculo também serve para nos hoje como um lembrete da nossa
condição espiritual. (Isaías 59:2). Não tínhamos liberdade para
se aproximar de Deus diretamente, mas alguém (um sacerdote, e
especificamente o sumo sacerdote, uma vez por ano), tinha que ser um
mediador entre o pecador e Deus. Alguém tinha que entrar no Santo
dos Santos como representante do povo, (cf Levítico 16:2-19). Era
uma lembrança física da necessidade de expiação do pecado,
especificamente expiação pelo sacrifício de sangue; simbolizando
"...uma parábola para o tempo presente,
(...) uma ordenança da carne, imposta até um tempo de reforma. Mas
Cristo, tendo vindo como sumo sacerdote dos bens já realizados, por
meio do maior e mais perfeito tabernáculo {não feito por mãos,
isto é, não desta criação}, e não pelo sangue de bodes e
novilhos, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no
santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção..." (Hebreus
9:9-12; 22). E como povo de Deus hoje, devemos criar um espaço
sagrado para a presença de Deus em nossa vida, tendo em mente que
este novo tabernáculo é nosso próprio corpo (1 Coríntios 3:16-17;
6:19-20). Ao ler estes capítulos do Êxodo, considere estas
instruções como uma forma de moldar este tabernáculo espiritual.
Ou seja o próprio corpo, ou "...Não
sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus
habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o
destruirá; porque sagrado é o santuário de Deus, que sois vós..."
(1 Coríntios 3:16-17). Paz e Graça....