O Maná do céu e o conselho de Jetro

O êxodo e a lógica espiritual da confiança

Assim como muitos dos cristão de nossos dias, que em qualquer ventania se esquecem rapidamente das bençãos da salvação da alma e das promessas da vida eterna; os israelitas quando encontraram-se no deserto, em perigo, escassez e inconvenientes, eles se queixaram amargamente a Moisés e a Deus, e muitos deles ansiavam por estar de volta ao Egito, eles queriam uma vida um pouco mais fácil, e voltar ao Egito parecia ser a maneira mais rápida para isto. Mas, o que eles não sabiam é que através de suas dificuldades, Deus estava ensinando-lhes a obedecer e a confiar nele. Mesmo depois de Deus poderosamente libertar o povo através do Mar Vermelho, a confiança nele que deveria ter sido muito maior, vemos o povo reclamando contra Deus, revelando sua falta de fé e desconfiança (Êxodo 15:24). Em seguida, eles fizeram isso de novo (Êxodo 16:2-3). E mais uma vez (Êxodo 17:02). Mas Deus pacientemente, os supriu com comida e água (Êxodo 15:25, 16:04, 17:5-6). Em cada situação, a única coisa que Deus pedia ao povo era para obedecê-lo e confiar na sua palavra (Êxodo 15:26, 16:4-5, 17:06). Nossa lógica humana diz que a confiança vem em primeiro lugar, em seguida, a obediência. Mas na logica espiritual, Deus inverte as posições. A obediência vem em primeiro lugar, e a confiança a segue. Nossa obediência torna-se uma oportunidade de ver que Deus é digno de confiança. Deus prometeu que se o povo lhe obedecesse, eles não sofreriam as enfermidades que assolaram os egípcios e cumpriu (Êxodo 15:26). Deus prometeu atender todas as necessidades do povo no deserto, mas Ele queria ver se os israelitas iriam obedecer suas instruções e assim provarem que confiavam em Deus (Êxodo 16:4-5, 23). Temos que demonstrar nossa confiança em Deus pela obediência. Segui-lo na obediência em primeiro lugar.

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A provisão de Deus no êxodo e o Significado do Maná

Deus não estava impondo regras e regulamentos desnecessários sobre os ombros dos israelitas, como, por vezes, fazem hoje muitas religiões e lideres “espirituais”. As regras de Deus sempre tem suas razões. O objetivo da provisão do maná e as regras exigidas por Deus quanto o seu recolhimento e utilização, pode ser entendida e observada a luz do contexto Bíblico. Ex:

A tentação de Jesus (Mateus 4:1-4; cf. Deuteronômio 8:1-3). Israel foi levado ao deserto para ser testado por Deus durante quarenta anos. Nosso Senhor foi levado por Deus ao deserto, para ser testado (incluindo fome) durante quarenta dias. No final dos período de quarenta dias, Satanás se aproximou para tentá-lo. A primeira abordagem de satanás foi justamente em torno da comida. Uma vez que Jesus Cristo estava com fome depois de um jejum de quarenta dias, parecia lógico que ele deseja-se comer. Satanás o desafiou a provar a Sua divindade, satisfazendo a sua necessidade humana de alimentos, através de seu poder divino. A resposta de Cristo a Satanás foi Deuteronômio 8. A lição tirada aqui é que as necessidades físicas são secundárias em relação as coisas espirituais, ou seja, em primeiro lugar devemos ser obediente à vontade de Deus. Na verdade, Jesus estava dizendo que a obediência à vontade de Deus é que salva a vida do homem. A obediência à vontade de Deus é a base para a sobrevivência, e não o ato de comer. O princípio da vida é esta em submissão à vontade de Deus, e isto é mais importante do que a satisfação de nossas necessidades físicas e corporais. O Egito foi o celeiro do mundo, tanto nos dias de José, como nos dias de Moisés. Quando o Faraó, os seus oficiais, egípcios desobedeceram o mandamento do Senhor "em deixar o Seu povo ir", o celeiro foi praticamente esvaziado. As pragas mostram a devastação agrícola e econômico progressivo dessa nação. Assim, a desobediência à vontade de Deus trouxe os egípcios a fome física. Por outro lado, no deserto estéril havia comida, simplesmente porque os israelitas seguiram s orientações de Moisés em obediência a Deus, Deus providenciou aos israelitas uma colheita abundante de maná, por quarenta anos.

A oração do Pai nosso (Mateus. 06:11). Jesus ensinando seus seguidores a orar disse: "...o pão nosso de cada dia nos dá hoje;.." (Mateus 6:11). Dado como pano de fundo a provisão diária de Deus de maná no deserto por quarenta anos, é quase impossível conceber esta oração sendo alheio ao objetivo da doação do maná em Êxodo 16. Ou seja a provisão diária do maná no deserto ensinou os israelitas a depender de Deus para seu sustento diário. Os israelitas tiveram que confiar totalmente em Deus pelo "pão de cada dia". A dependência é uma questão diária, e as nossas orações devem demonstrar este tipo de dependência. Se temos ou não bens materiais não é a questão, o que realmente precisamos ter, é a certeza que Deus supre as necessidades daqueles que lhe obedecem. "...Não procureis, pois, o que haveis de comer, ou o que haveis de beber, e não andeis preocupados. Porque a todas estas coisas os povos do mundo procuram; mas vosso Pai sabe que precisais delas. Buscai antes o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas. Não temas, ó pequeno rebanho! porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino. Vendei o que possuís, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não envelheçam; tesouro nos céus que jamais acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói..." (Lucas 12:29-33). Ou como Paulo instruiu a Timóteo: "...manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a sua esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que nos concede abundantemente todas as coisas para delas gozarmos; que pratiquem o bem, que se enriqueçam de boas obras, que sejam liberais e generosos, entesourando para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a verdadeira vida..." (1 Timóteo 6:17-19).

A alimentação de cinco mil pessoas (João 6). A multidão seguiu nosso Senhor a um lugar desolado (ouso dizer um deserto? Cf. Marcos 06:35), onde não havia comida disponível. Nosso Senhor deu-lhes pão e carne (peixe) para comer, assim como Deus havia dado aos israelitas pão e carne (codorna) no deserto, em Êxodo 16. A resposta do povo foi olhar para o Senhor Jesus como um provedor do pão material para o resto de seus dias: "...Disseram-lhe, pois: Senhor, dá-nos sempre desse pão..." ( João 6:34 ). Como sempre a tendencia do homem é buscar as bençãos materiais. Em resposta, Jesus disse: "...Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim, de modo algum terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede. Mas como já vos disse, vós me tendes visto, e contudo não credes..." ( João 6:35-36 ). Jesus não alimentou as 5000 pessoas presentes somente com o intuito atender às suas necessidades físicas, Ele procurava mostrar-lhes as necessidades espirituais, que Ele veio para suprir, assim como o maná no deserto que salvou a vida dos israelitas da morte física, ele era o "pão do céu" (fazendo alusão ao maná que Deus "fez chover do céu", Êx 16:4). Ao contrário do "pão do céu", que Deus deu aos israelitas (o maná), o novo "pão do céu" da aos homens a vida eterna. Jesus não veio apenas afirmando ser o pão, mas um melhor pão. E "...Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede..." (Apocalipse 7:16).

Delegar e Supervisionar um nobre conselho

Moisés estava gastando muito tempo e energia ouvindo as reclamações do povo e não lhe sobrava tempo para outros trabalhos importantes. Jetro seu sogro vendo isto sugeriu a Moisés delegar parte deste trabalho para outras pessoas e concentrar seus esforços em tarefas que só ele realmente poderia fazer. O processo de delegação foi organizado, dividindo as pessoas em grupos com "líderes" sobre eles. Em muitos casos pessoas em posições de liderança e responsabilidade, sentem que são os únicos que podem fazer as tarefas necessárias, sem levar em conta que outros também são capazes de lidar com parte da carga. A delegação sugerida por Jetro aliviou o estresse de Moisés e melhorou a qualidade do governo; indiretamente sua sugestão ajudou a prepará-los para o sistema de governo criado em Canaã. Uma delegação adequada pode multiplicar sua eficácia, e ao mesmo tempo dar a outros uma chance de crescer. A sugestão de Jetro foi nobre , mas muito mais nobre também foi a atitude de Moisés reconhecendo sua incapacidade humana para gerir toda demanda; Moisés tinha que resolver todas, disputas e conflitos entre o povo, isto lhe tomava o tempo de ensinar ao povo as leis de Deus.

Infelizmente devo salientar aqui que Moisés ilustra e tipifica um problema que tem se tornado comum e até mesmo um epidemia nos círculos da igreja. Há muitos lideres cristãos que por orgulho ou egoismo sobrecarregam a si mesmos e precisam aprender a lição que Jetro ensinou a Moisés, por outro lado alguns cristãos estão sobrecarregados porque os outros são omissos e inativos. Se você está descomprometido, sem envolvimento no serviço cristão, exorto-vos a reavaliar sua postura cristã. Os princípios que Moisés aprendeu com Jetro são aplicáveis a todo cristão, seja ele um líder ou não. Se não somos líderes na igreja, a maioria de nós tem algumas responsabilidades de liderança em casa. Mulheres cristãs mais velhas têm um papel de liderança com as mulheres mais jovens. Muitos têm cargos de liderança no trabalho ou na comunidade. Em qualquer tarefa que temos um papel de liderança, os princípios que encontramos em Êxodo 18 são aplicáveis. Além disso, estes princípios se aplicam a todos os cristãos, pois todos nós somos administradores da época presente, e das oportunidades que Deus nos deu. Em outras palavras, devemos tomar a liderança em nossa própria vida, que envolve a gestão de coisas a qual Deus nos fez mordomos. "...E, se alguém sobre este fundamento levanta um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; pois aquele dia a demonstrará, porque será revelada no fogo, e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se permanecer a obra que alguém sobre ele edificou, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele prejuízo; mas o tal será salvo todavia como que pelo fogo. Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?..." (1 Coríntios 3:12-16). Esta gestão do corpo será uma avaliação de nossa mordomia; nos evangelhos a um retrato dos mordomos de Deus, dando conta a Ele por suas ações (cf. Mateus 25:14-30). Se quisermos ser bons mordomos, devemos ser bons gestores, do nosso tempo, dos nossos talentos, habilidades, e das nossas oportunidades dadas por Deus. Na prática, a boa gestão é necessário para nossa sobrevivência espiritual.

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Estudo e Leitura da Bíblia
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